domingo, 31 de março de 2013

A PÁSCOA DO SENHOR


Comemorar a Páscoa em 2013 significa, antes de tudo, acreditar que todas as situações de morte – que vemos acontecer e nos escandalizam – têm uma resposta: a vitória da Vida sobre a morte! Sim, em meio a tantas notícias de desemprego, divisões políticas, crimes, violência, desrespeito à vida, fome, corrupção e impunidade, nós cristãos temos a felicidade, a alegria e a graça de poder anunciar o Cristo Ressuscitado.
Celebrar a Ressurreição de Cristo é sentir a presença de Deus, que veio morar conosco e desceu ao nível mais profundo das situações humanas a fim de anunciar e convencer a todos que temos a vida em abundância. Jesus veio trazer a certeza da possibilidade de viver em fraternidade, colaborando uns com os outros, sentindo o próximo como irmão.
Neste tempo de tanta violência e ódio, fartamente noticiados pela mídia, queremos anunciar que o perdão e o amor são possíveis. Aos que crêem em Cristo, desejamos lembrar o compromisso de construir um mundo novo, ou seja, a civilização da vida e do amor. Como gostaríamos que a Boa Notícia fosse largamente anunciada, levando todos a lutar e viver tempos novos!
Mas, infelizmente, ainda hoje nos deparamos com crianças abandonadas, desnutridas ou prostituídas, filas intermináveis de pessoas à porta dos hospitais, buscando soluções para a saúde, desespero diante da falta de dignidade a que tantos são submetidos, pais aflitos perante às dificuldades de seus filhos sem comida e escola, chefes de família desempregados (pois a sociedade da produção os relega), mães que choram a violação de suas filhas ou a morte violenta e inesperada de seus entes queridos. Diante desse quadro tem-se a tentação de cruzar os braços, acostumar-se com o mal e não lutar pelo bem.
No entanto, a celebração pascal é o grande impulso para dizer aos homens que o mundo tem solução. Ela está no amor e na fé no Ressuscitado. Sua Morte redentora e sua Ressurreição levam-nos à experiência de acreditar na possibilidade de uma nova vida. Cabe-nos a missão de trabalhar para que essa novidade possa acontecer. Cada geração tem a tarefa de atualizar a Páscoa. Eis o simbolismo dos algarismos que indicam o ano em curso no Círio Pascal! Cada um de nós é chamado a viver a atualidade da Páscoa do Senhor. Ao celebrar liturgicamente a Ressurreição de Cristo, deve renascer em nossos corações o desejo de continuar com afinco o anúncio e a luta pela vida em todas as suas dimensões, porque Cristo no-la trouxe e Ele está vivo entre nós. A celebração da Páscoa é um convite para transformar as opressões, que pesam sobre os ombros de nossos irmãos, em vida e esperança!
É claro que não temos esperanças ingênuas diante do pluralismo existente e das culturas de morte, espalhadas dentro e fora do ser humano! Conhecemos a realidade do chão que pisamos e somos solidários a tantos que experimentam as dores do mal em suas vidas. Neste tempo em que se duvida de tudo, há questionamentos que atingem até mesmo a existência, a missão e a Ressurreição do Filho de Deus. Mas, a experiência pascal de voltar atrás, como os discípulos de Emaús, leva-nos a anunciar, junto com os apóstolos, esta mensagem: Ele Ressuscitou e disso nós somos testemunhas.
 Celebrar a Páscoa significa não cair no desânimo de lutar pela paz, apesar da fragilidade com que a vemos existir. Consiste em dar continuidade às esperanças, mesmo se ao redor de nós muitos já tenham desistido. É acreditar na Vida porque Cristo que morreu e foi sepultado, está Vivo e Ressuscitado! Páscoa é alegria pela Vida, é compromisso do cristão com todos os seus irmãos de hoje e a esperança de ver no horizonte do mundo atual a luz do Sol da Justiça e a luz do Amor! 








Pe. João Medeiros Filho





Para citar esse artigo:
Pe. João Medeiros FIlho
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus | A PÁSCOA DO SENHOR

http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com.br/2013/03/a-pascoa-do-senhor.html 

sábado, 30 de março de 2013

VIGILIA PASCAL (SÁBADO SANTO)



Depois de seguir Jesus ao longo do caminho do Calvário e passar com Ele pela cruz, reunimo-nos, em seu nome, na Vigília Pascal para celebrar nossa esperança e a certeza da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. É a noite da ressurreição, da festa da vida. Com a Ressurreição do Senhor, iniciou-se um novo modo de ser para os cristãos e de estar no meio de nós para o próprio Deus. A tradição litúrgica ensina-nos que esta é a mãe e rainha de todas as vigílias. Nela celebramos a esperança e a certeza da Vida, bem como a derrota das forças da morte. 
Esses sentimentos dão lugar ao simbolismo litúrgico da Vigília Pascal. O Sábado Santo torna-se assim a festa da luz. Benze-se o fogo novo, imagem de Cristo, que brilha para todos como novidade, luz e vida. Eu sou a luz do mundo (Jo 8, 12). Há igualmente na cerimônia dessa noite a bênção da água. Com Cristo renascemos para uma vida nova. Necessário vos é nascer de novo (Jo 3, 3), disse o Mestre a Nicodemos. Por essa razão, celebra-se o batismo no Sábado Santo.
A Ressurreição simboliza os anseios de uma vida nova, a busca da dimensão verdadeira de nossa existência. É fruto do amor, que tudo renova e recria. Isto é a Páscoa, que é também esperança e não apenas memorial. É a certeza de um acontecimento. Ele ressuscitou e já não morre mais! Ensinou-nos que o amor é mais forte que a morte, pois é vida. E Jesus, sendo Filho de Deus é o Amor em plenitude; é a Força, o Espírito que restaura o mundo. Quem ama, fala muito do amado. É o testemunho. Por isso somos chamados a proclamar o Ressuscitado. Cabe-nos, pois, pregar esse Cristo a uma sociedade marcada por sinais de morte e opressão. No primeiro dia da semana (Jo 20, 1), Madalena foi à procura do corpo do Salvador. Inicia-se a nova criação, nascida da alegria e da vitória. Somos vencedores e não derrotados, esta é a mensagem central de toda a Semana Santa, especialmente do Tríduo Pascal!
Eis também o tempo do grande anúncio para todos com a Palavra e com a Vida! É preciso anunciar que existe a possibilidade de um mundo novo para aqueles que crêem em Cristo e vivem Sua mensagem, mesmo talvez sem o saber ou conhecê-lo. A pedra removida do túmulo é uma lembrança de que também a nós cabe remover as pedras, que encobrem a morte, a desilusão, a vingança, a violência, a fome, a impunidade etc. para poder surgir a Vida! Temos a missão de continuar o anúncio da Vida, que vence a morte. O trabalho em nossas comunidades iluminadas por Cristo, Maria e Luzia deve nos impulsionar a uma vida nova de santidade, amor, solidariedade e paz, fruto da Ressurreição!
Precisamos acolher e fazer nossas aquelas palavras do Cristo Ressuscitado às mulheres, que foram visitar o túmulo: Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá me verão. Ou por outra, repetir as palavras do Anjo: Não tenham medo. Sei que vocês estão procurando Jesus que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou como havia dito. Vão depressa anunciar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos e que vai à frente de vocês para a Galiléia. A Ressurreição, de fato, é a maior e mais linda novidade de nossa fé. Ela é um dom grandioso oferecido por Deus em Jesus para todos os que receberam a graça do batismo. Por isto, não precisamos perder tempo nem ter medo. Cabe-nos correr – imitando o gesto das mulheres que se dirigiram ao túmulo de Jesus – ao encontro dos muitos discípulos do Senhor, espalhados pelo mundo, e levar-lhes a notícia da Ressurreição, da vitória definitiva de Jesus sobre o pecado e a morte. Devemos correr ao encontro de nossos irmãos desanimados pelo peso de suas cruzes e anunciar-lhes que Jesus está vivo. Como Ele venceu, também nós venceremos. Ele nos precedeu no caminho da vida. É preciso mostrar aos homens e ao mundo, especialmente aos que sofrem, que da cruz renasce a vida, a esperança e a certeza da ressurreição! Não podemos esquecer que toda a obra da criação foi transformada e redimida pela Páscoa de Cristo. A partir daí tudo ganha novo sentido e um valor diferente! 






 Pe. João Medeiros Filho



Para citar esse artigo:
Pe. João Medeiros FIlho
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus | VIGILIA PASCAL (SÁBADO SANTO)

http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2013/03/vigilia-pascal-sabado-santo.html

sexta-feira, 29 de março de 2013

A PAIXÃO DE CRISTO (SEXTA FEIRA SANTA)



A Sexta-Feira Santa é o memorial da solidariedade de Jesus até a morte na cruz No centro da liturgia de hoje está a cruz, erguida como sinal e prova do amor de Cristo, condenado inocente e injustamente, torturado até a morte, colocando sua vida nas mãos do Pai, confiando na justiça e na misericórdia de Deus.
No Domingo de Ramos, Jesus, entrando em Jerusalém, apresenta a sua mensagem religiosa, capaz de transformar a sociedade, tornar as pessoas verdadeiramente irmãs e firmar um culto em espírito e verdade. Na última ceia, partilhando o pão e rendendo graças ao Pai, Cristo mostra-nos em que consiste o milagre da partilha e a força revolucionária do serviço e da solidariedade. 
Logo depois, sofre a rejeição e a condenação por causa de seu projeto em favor da vida, dos esquecidos e marginalizados. Enfrenta a morte violenta na cruz para proclamar que o Reino, a liberdade e o pão com fartura só virão dos corações de pessoas solidárias, abnegadas e consagradas. Pessoas estas capazes de viver e mostrar que o pão só tem sentido, quando partilhado.
A liturgia da Sexta-Feira Santa não é uma mera repetição do relato ou da cena evangélica, mas também um sacramental de nossa rejeição, nosso sofrimento, nossa paixão no mundo de hoje, o qual teima em não aceitar os valores pregados por Cristo, sobretudo sua mensagem profunda de paz, verdade e amor. 
Celebramos a Paixão de Jesus, do seu sofrimento assumido como expressão de compaixão pela multidão de sofridos e da nossa compaixão com todos os aflitos em sua busca de libertação.
A Cruz é um desafio e um apelo para que os cristãos assumam o projeto de vida de Jesus e promovam a luta contra a fome e a corrupção, em favor da paz, anunciando a esperança e construindo a fraternidade dos irmãos. Foi este o sentido da Cruz de Cristo.
Na Sexta-feira Santa, a Igreja celebra a Paixão e Morte do Senhor. É um dia de respeito, silêncio e simplicidade, quando é preciso recordar e compreender a dor e o sofrimento de Jesus, como também refletir sobre a profundidade de seu amor por nós, a tal ponto de dar a sua própria vida pela remissão de todos os pecados da humanidade.
A cerimônia da Sexta-Feira Santa é dividida em quatro momentos: a) a Paixão Proclamada, com a liturgia da palavra, em que conhecemos os detalhes da dor do Filho de Deus, na história passada; b) a Paixão Invocada, com a solene oração universal, realizada pela Igreja e pelas comunidades do mundo inteiro, que atualizam no tempo o sofrimento de Cristo; c) a Paixão Venerada, com a adoração da Santa Cruz, local onde se concentram as dores de Jesus e encontramos forças para carregar nossa cruz cotidiana; e d) a Paixão Comungada, com a comunhão eucarística, a qual queremos recebê-la durante toda a nossa vida. Receber sim na comunhão o Cristo total, o Crucificado e o Ressuscitado, o Cristo da Verdade e do Perdão, o Cristo da Alegria e o da Justiça.
Na Sexta-Feira Santa, em respeito e homenagem à maior de todas as missas e de todos os sacrifícios imolados sobre a face da terra: a Morte de Cristo, não se celebra a Eucaristia. Nesse dia, celebra-se o amor de Deus, que é vida e tem mais poder do que o pecado e a própria morte. Jesus mostra-nos que a realidade da morte é a passagem para a libertação plena, a páscoa definitiva. A cruz sangrenta de Jesus, dolorosa e injusta, transforma-se em vitoriosa e resplandecente. A morte de Cristo é o símbolo do fim de uma antiga aliança, do velho homem e início de uma vida nova. Comungamos com o mistério da cruz que nos salva, com o mistério da cruz na qual sofrem muitos de nossos irmãos e também com o mistério de nossa própria cruz, que unida à de Cristo, será também redentora.





Pe. João Medeiros Filho






Para citar esse artigo:Pe. João Medeiros FIlho
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus |  A PAIXÃO DE CRISTO (SEXTA FEIRA SANTA)
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2013/03/a-paixao-de-cristo-sexta-feira-santa.html

quinta-feira, 28 de março de 2013

Sentido da Missa da Ceia do Senhor (QUINTA-FEIRA SANTA)


 A missa vespertina da Ceia do Senhor inicia a celebração da Páscoa cristã, em que Jesus inaugura a nova e eterna Aliança pelo seu sangue a ser derramado na cruz. Cristo se nos entrega como Pão partilhado na expressão do amor levado ao extremo – loucura para os gentios, no dizer de Paulo (1Cor. 1, 18) – e na manifestação plena do serviço e da humildade ao lavar os pés dos seus discípulos. Para plenificar ainda mais esse legado, o Senhor instituiu a Eucaristia como prova maior de sua doação à humanidade. Não só se fez presença, tornou-se alimento. Não apenas nos libertou, ensinou-nos a libertar os outros e o mundo. Eis a páscoa nova, diferente e mais importante daquela que os hebreus celebraram, comemorando sua vitória da escravidão do Egito! Jesus reconquista para os que crêem a liberdade da condição de filhos de Deus, dignos de seu amor e sua misericórdia. Valemos muito. Assim entendemos o canto do Exultet do Sábado Santo, ao proclamar com imensa alegria: ó pecado bem-vindo que há merecido a graça de um tão grande Salvador.
A Eucaristia é o grande gesto de Cristo, testemunha fiel do amor de Deus para conosco. Ele não tem somente palavras de conforto para cada um de nós, mas entrega sua vida para selar a união do Pai com a humanidade. Não vos deixarei órfãos (Jo 14,18). A presença diária de Jesus em nossa vida é assegurada pelo Pão, que se torna nossa força. Ele estará ao nosso lado, como outrora caminhava com os discípulos de Emaús. Ao se entregar como nosso alimento, Ele quis mostrar que tomar refeição juntos é sinal de partilha e comunhão. Convida-se à mesa quem se ama e a quem se considera. Eis o sentido da atitude do Mestre, expressão de amor que vivemos na Quinta-feira Santa.
Quem ama, serve. Esta é uma das lições do Filho de Deus, antes de dar a sua vida por nós. Na Quinta-Feira Santa, com um gesto inédito na história humana, Cristo revoluciona o conceito de “importância”. Nobre, grande, é aquele que serve. Estou no meio de vós, como quem serve (Lc 22, 27). Entendemos aqui o significado maior do Lava-Pés. Para os cristãos, Amor é serviço. Na Ceia, Jesus mostrou que quem ocupa o lugar de honra, deve descer ao nível do ser humano para mostrar-lhe a sua dignidade. O Senhor ensina através de exemplos. Eis em que consiste igualmente ser Mestre. Vós me chamais de Mestre e Senhor (Jo 13,13). O Filho de Deus inaugura uma nova ordem pelo gesto insólito do Lava-Pés.
De fato, haveremos de reconhecer que, tanto para presidir como para participar da eucaristia, é indispensável uma grande humildade e uma imensa disposição para o serviço fraterno. Desde o início, Jesus sempre mostrou com palavras e gestos que Ele veio para servir e não para ser servido e é assim que Ele deseja que façam todos os seus colaboradores e seguidores, tanto o simples batizado, como o ministro ordenado. A vida cristã é fundamentalmente serviço e amor, entrega e doação.  
Especialmente hoje, também dia em que Cristo instituiu o sacerdócio, somos convidados a elevar nossas preces a Deus por todos os ministros ordenados, particularmente aqueles que deram a vida pelos seus irmãos nesta diocese, para que não obstante a limitação e fragilidade humana de cada um, possam eles realizar com dignidade a missão para a qual foram escolhidos. Peçamos ao Pai que a força da nossa oração fraterna atraia sobre nossos ministros ordenados a graça e a força do Espírito que os escolheu e consagrou, de modo que todos possam servir dignamente ao Senhor e ao seu povo, não obstante sua miséria humana! 

Pe. João Medeiros Filho 

Para citar esse artigo:
Pe. João Medeiros FIlho
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus | Sentido da Missa da Ceia do Senhor (QUINTA-FEIRA SANTA)
http://www.formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2013/03/sentido-da-missa-da-ceia-do-senhor.html

domingo, 24 de março de 2013

O Verbo se fez carne...





  
            Celebramos em unidade com toda a Igreja no dia 08 de abril, a Encarnação do Verbo Divino, o fruto bendito do ventre de Maria que se fez carne, tornou-se homem para exaltar a humanidade. Assume aquilo que foi criado para dar-nos a possibilidade de ser o que Ele é. Esse mistério insondável tem a sua natureza mais profunda no amor misericordioso de Deus, que nos ama ao ponto de aniquilar-se a si mesmo tomando a forma humana, para destruir e o pecado e dar ao homem a possibilidade de fazer comunhão com Deus.
                 Para que a Palavra se fizesse homem, o Pai escolhe a Virgem Maria para cooperar com o seu plano de salvação, no sim que ela pronuncia encontramos o ápice da liberdade humana, que se resume em cumprir a vontade de Deus. Ao anúncio do Anjo é possível perceber a reação de Maria, num primeiro momento perturbou-se e ponderou suas atitudes para poder refletir sobre as palavras do Anjo, evidenciando um traço característico de sua pessoa o confronto íntimo com a Palavra (cf. Lc 2, 19.51), num segundo momento é enigmática ao acolher a saudação do enviado de Deus em virtude do contexto judaico que a mesma estava inserida, a mesma não vê segundo a tradução de alguns exegetas a possibilidade de conceber um filho no modo conjugal, visto que a tradição já nos orienta para o voto virginal que ela havia realizado, por fim as palavras do Anjo modelam o modo como à mesma irá assumir a sua missão, pela força do Altíssimo, a sua terceira reação é a de responder ao chamado que lhe foi feito, seguindo a tradição dos Padres da Igreja afirma-se que ela teria concebido pela escuta, através da sua obediência a Palavra nela se tornou fecunda.
            O acontecimento Jesus de Nazaré permeia a história humana inteira, cada homem ao encontrar Cristo, descobre o mistério da sua própria vida (GS 22). Ele é o verdadeiro critério para avaliar a realidade temporal, de modo que tudo deve tornar a vida do homem mais humana. Para os consagrados a Jesus por Maria a festa é celebrada com fiel devoção porque nos recorda o fato de Jesus habitar em Maria, ora se a essência da consagração preconizada por Montfort é a submissão e dependência que o próprio Deus quis ter a sua Mãe Santíssima, nossos corações devem se alegrar pelo fato de sermos chamados a isso. Na imitação da vida e dos sentimentos da Virgem Maria seremos gerados para a vida eterna com Cristo.
            Seguindo a linha de pensamento do amante da Cruz e da Ss. Senhora, digamos com São Luís de Montfort que foi em Maria que Jesus deu ao Pai uma glória infinita, que jamais havia recebido do homem (TVD 248). Cristo elevou a nossa humanidade a glória, percorramos os caminhos de sua Paixão para com Ele ressuscitar!

Glória a Jesus em Maria!
“Ó Jesus que viveis em Maria, vinde e vivei em Vossos servos, no espírito da Vossa santidade, na plenitude de Vossa força, na perfeição de Vossas vias, na verdade de Vossas virtudes, na comunhão de Vossos mistérios, dominai sobre toda a plenitude inimiga, em Vosso Espírito para a glória do Pai. Amém”.

Referências
RATZINGER, Joseph, 1927 – A infância de Jesus/ Joseph Ratzinger; [tradução Bruno Bastos Lins]. – São Paulo: Planeta, 2012.
PAULO II, João. Bula Pontifícia Incarnationis Mysterium – O mistério da Encarnação. Roma, 1998.
VATICANO II, Concílio. Constituição Pastoral Gaudium et Spes. São Paulo: Paulina, 2011. 17ª ed.
MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria. Anápolis: Serviço de Animação Eucarística Mariana, 2002.






Mônica Mariana
Missionária, graduanda do curso de Teologia.







Para citar esse texto:
Mônica Mariana - "O Verbo se fez carne.."
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus 
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com.br/2013/03/o-verbo-se-fez-carne.html