segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Catecismo da Igreja Católica III




O Catecismo da Igreja Católica, promulgado em 1992, é um compêndio de toda a doutrina católica, tanto em matéria de fé como de moral. Ele é dividido em quatro partes que compõem os pilares da vida da Igreja: Profissão de Fé, Celebração do Mistério Cristão, A vida em Cristo e A Oração Cristã.  Em cada uma delas é explicitado o conteúdo especifico que a comporem: na Primeira parte, tratando da Profissão de Fé, o Catecismo explica o Símbolo da Fé ou Credo. São privilegiados dois Símbolos que a Tradição da Igreja nos legou: o Símbolo Apostólico e o Símbolo Niceno-constantinopolitano; na Segunda parte, expondo a fé celebrada na Liturgia, o Catecismo trata dos sete e de cada um dos Sacramentos; na Terceira parte, o Catecismo apresenta o fim último do homem, explicitando a vida da Fé: são apresentados os Dez Mandamentos de Deus, que continuam valendo para a Nova Aliança; e por fim, na Quarta parte, o Catecismo trata do sentido e da importância da oração na vida dos cristãos, apresentando também um breve comentário à Oração do Senhor, o Pai nosso.
Assim, o Catecismo faz uma exposição orgânica de toda a fé católica. De fato, da Fé crida e entendida pelos fieis se passa à Fé celebrada na Liturgia e de modo especial nos sacramentos. A Fé crida e celebrada deve ser vivida, através do comportamento baseado na Lei de Deus, que encontra no Mandamento do Amor a sua real e verdadeira aplicação. A Fé crida, celebrada e vivida nos introduz no Mistério do Deus vivo e verdadeiro. E o Mistério de Deus, Mistério de nossa fé, nos coloca na relação vital e permanente com Deus, através de Cristo e do Espírito Santo. Essa relação com o Mistério, que percorre toda a nossa vida, se materializa na oração.
Na Primeira parte o Catecismo trata do Símbolo da Fé, comentando cada artigo do Credo. Mas, antes de explicar o Credo, o Catecismo trata da Revelação divina, o dogma cristão por excelência: Deus se dirige e se dá ao homem. À Revelação de Deus o homem responde pela fé. Já no primeiro capítulo na primeira secção o Catecismo dá a definição fundamental sobre o homem, o que possibilita o homem ter fé: “o homem é ‘capaz’ de Deus”, é um ser religioso, feito para viver em comunhão com Deus. Para que isso aconteça Deus vem ao encontro do homem (capitulo 2). É a Revelação. Por amor, Deus se revelou e se deu ao homem. A fé é a submissão completa da inteligência e da vontade do homem a Deus (capítulo 3).




Pe. Paulo Henrique

Capelão do Instituto Maria Auxiliadora (Natal), Diretor de estudos do Seminário de São Pedro e Professor de Teologia da FAHS.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Catecismo da Igreja Católica II




Depois que foi promulgada a Constituição apostólica Fidei depositum do Beato João Paulo II, em 1992, que autorizava a publicação do Catecismo, foi publicada a edição em língua francesa. Segundo o então Prefeito da Congregação para a doutrina da Fé, Cardeal Joseph Ratzinger (hoje, Papa Bento XVI), “a edição típica deve ser a definitiva, não mais submetida a mudanças: eis porque se preferiu publicar o Catecismo, antes em uma língua moderna, reservando-se a possibilidade de realizar mudanças no texto” (Discurso de apresentação da edição típica do Catecismo da Igreja Católica, 9 de setembro de 1997). Após a publicação do Catecismo em língua francesa foram feitas as várias traduções e publicadas em vários países. Aqui no Brasil a edição do Catecismo veio com uma nota: “Esta tradução foi feita a partir da edição francesa... Ao tornar-se oficial a edição latina, os Editores brasileiros se prontificam a rever a presente edição”.
Em 1997, com a Carta apostólica Laetamur magnopere, o Papa João Paulo II aprovava e promulgava a edição típica latina do Catecismo da Igreja Católica. Para o Papa João Paulo II, com a publicação da edição típica, “conclui-se, portanto o caminho de elaboração do Catecismo, iniciado em 1986, e foi levado a feliz termo o auspício da  Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos de 1985”. Como haviam prometido, todas as casas editoras refizeram suas edições e publicaram o Catecismo de acordo com a edição típica latina, que se tornou a edição oficial.
Com a publicação do Catecismo, a Igreja Católica entregava um precioso instrumento para a formação da fé dos católicos, de acordo com as inspirações do Concílio Vaticano II. O último Catecismo oficial da Igreja era o Catecismo Romano, elaborado a partir do Concilio de Trento (1545-1563). Em 1905 o Papa São Pio X publicou o chamado Catecismo maior. Esse Catecismo servia como um resumo do Catecismo Romano.
Após a publicação da edição típica latina do Catecismo da Igreja Católica, o Papa João Paulo II, em 2003, encarregou o então Cardeal Joseph Ratzinger de preparar um compêndio do Catecismo. O Compêndio foi aprovado e publicado pelo Papa Bento XVI, em 2005. O Compêndio é uma síntese fiel e segura do Catecismo da Igreja Católica, como afirma o Papa no Motu proprio com o qual aprovava e publicava o Compêndio. Para a edição do Compêndio foi utilizado um antigo gênero literário da catequese, a forma dialogada em perguntas e respostas.



Pe. Paulo Henrique da Silva

Capelão do Instituto Maria Auxiliadora (Natal), Diretor de estudos do Seminário de São Pedro e Professor de Teologia da FAHS.