Os
Evangelhos narram como se sucedeu a escolha dos doze apóstolos, Jesus escolhe e
instrui para enviá-los a missão, confere-lhes poder de expulsar os demônios,
curar todas as enfermidades e o mal. Ele chama um a um pelo nome Simão Pedro,
André, Tiago, João, Tomé, Mateus, Tiago menor, Tadeu, Simão e Judas Iscariotes.
Entretanto no primeiro momento já fora revelado a sorte destinada aqueles que
abraçassem esse chamado, suas exigências e finalidade.
O chamado de Cristo...
Convida-nos
a missão: “Por
onde andardes anunciai que o Reino de Deus está próximo, curai os doentes,
ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes
de graça, de graça daí”. (cf. Mt 10, 7-8)
Concede-nos
a sorte das cruzes [1]: “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos.
Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas. Sereis
odiados de todos causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será
salvo”. (cf. Mt 10, 16.22)
Imprime
na alma uma santa confiança: “Até os cabelos de vossa cabeça estão
todos contados. Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós”. (cf. Mt
10, 30-31)
Chama
cada um a imitar o seu exemplo: “Quem não toma a sua cruz e não me
segue, não é digno de mim”. (cf. Mt 10, 38)
Assim como o
chamado de Cristo impeliu aos discípulos algumas exigências, inaugurou também a
grande novidade do seguimento de Jesus. Na antiguidade os mestres convidavam os
seus discípulos a se vincularem ao transcendente e os mestres da lei a lei de
Moisés. Jesus convida-nos a fazer comunhão com Ele de uma maneira estreita, não
chama para algo, mas para alguém [2], chama para si mesmo. Duas grandes
características marcaram este discipulado: os discípulos não escolheram seu
Mestre, foram escolhidos; não foram convocados para algo e sim para alguém.
O seu chamado é um convite a
segui-lo, assumir o seu estilo de vida, suas motivações, a mesma sorte e a
missão de fazer nova todas às coisas. Não os chama de servos e sim de amigos,
pois somente um amigo poderia partilhar e abraçar esta vida.
Maria Santíssima: Discípula e Missionária do Senhor...
Na Virgem Maria se realiza a máxima
realização do viver trinitário que os filhos de Deus são chamados a abraçar, a
sua fé e obediência à vontade de Deus marcam toda a sua história no seguimento
do Filho. Por meio Dela a promessa messiânica se concretiza, aquela que pela
vontade divina concebe em seu seio o Verbo Encarnado nos é o maior modelo neste
seguimento, pois sua vida foi uma oferta plena ao seu projeto,
Exaltada como Rainha, ocupa na Santa
Igreja o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós [3], em sua
materna função deseja gerar, formar e educar os homens e mulheres para a vida
nova em Cristo. Na cruz nos foi concedido o grande dom da maternidade espiritual da Imaculada que de nenhum modo
obscurece ou diminui a mediação única de Cristo, antes nos mostra a sua
eficácia [4]. Cooperadora exímia no nascimento da Igreja, refulge hoje como
protótipo acabado, na fé e na caridade [5], honrada como mãe amantíssima pelos
fiéis, longe ser um empecilho para a união com Cristo, fomenta ainda mais o
contato imediato dos fiéis com Cristo [6].
A sua materna função de unir os
homens ao seu filho resplandece na vida espiritual de toda Igreja, os santos
foram os maiores anunciadores da missão de Maria, segundo o ensinamento de São
Luís Maria Grignion de Montfort: “Deus lhe deu o poder e o encargo de encher de
santos os tronos deixados vazios pela orgulhosa queda dos anjos apóstatas”.
A missão de todo filho da Virgem
Maria é ver que toda a sua conduta nos remete ao perfeito seguimento de Cristo,
cada ato, pensamento ou palavra desta Bela Senhora revelam-nos uma virtude a
ser imitada, e um convite a renunciar ao pecado e aos vícios mundanos para
livremente fazermos a vontade de Deus.
Por meio da imitação das virtudes
desta Mãe Amorosa seremos conduzidos à Pátria Feliz, para tanto é necessário
revestir-se da armadura de Deus, sermos hóstias vivas, santas e agradáveis a
Deus e andarmos no amor como Cristo.
Como consagrados a esta Mãe
Celestial tenhamos um amor especial a nossa Santa Igreja, aos Sacerdotes e ao
projeto de Nosso Senhor que nos diz: “Pregai o evangelho a toda criatura” (cf.
Mc 16, 15), sendo sal e luz neste vale de lágrimas para todos aqueles que não
abriram o coração a Cristo e ao seu amor, seguimos em missão!
Maria, Modelo dos cristãos
ensinai-nos a fazer a vontade de Deus!
[1]
São Luís Maria G. de Montfort, Carta aos amigos da Cruz.
[2]
Documento de Aparecida – Texto Conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado
Latino-Americano e do Caribe, maio de 2007.
[3]
LG, 54
[4]
LG, 60
[5]
LG, 53
[6]
LG, 60
Missionária DMD, graduanda do curso de Teologia.
Para citar esse artigo:
Mônica Mariana
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus | COM MARIA SEGUIMOS EM MISSÃO
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com.br/2012/04/com-maria-seguimos-em-missao.html