Simeão abençoou-os e disse a Maria,
sua mãe: “Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de
soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará
contradições, a fim de serem revelados muitos corações. E uma espada de dor
transpassará a tua alma”. (Lc 2, 34-35)
A
profecia de Simeão constitui o segundo anúncio que levará a Virgem a uma
compreensão mais profunda do mistério do seu Filho. Tais palavras predizem um
futuro de sofrimento para o Messias. Muitos santos meditaram a Paixão de Nosso
Senhor, contemplando também o martírio da Ss. Senhora, enquanto o de Cristo
se deu na carne, a Imaculada sofrera no coração.
Para
o entendimento desta imensa dor é necessário conhecer o amor que Jesus nutria
por sua Mãe e vice-versa, como bem explica São Luís Maria Grignion de Montfort
ao dizer que “o novo Adão desceu ao seu Paraíso terrestre, o seio virginal de
Maria; o Deus feito homem encontrou a sua liberdade em se ver aprisionado em
seu ventre; foi Ela quem o amamentou, nutriu, sustentou, criou e sacrificou por
nós e também por meio Dela iniciou os seus milagres”.
Meditando
as sete dores de Maria Santíssima, constatamos que a sua convicção na promessa
do Altíssimo a fortalecia em meios aos sofrimentos do Filho, e que cada atitude
dela deve ser atualizada em nossas vidas, para a maior glória de Cristo e o efetivo seguimento a Ele.
1)
Profecia
de Simeão
A
primeira grande dor foi moral ao ouvir o velho Simeão lhe apresentar a espada
de dor, Nossa Senhora vai ao ritual da purificação não por necessitar da
purificação, mas por obediência a Lei. Diante de Simeão apenas se calou e “guardou
todas as coisas no coração” (cf. Lc 2, 19).
Atitude
daqueles que confiam incondicionalmente em Deus e na autenticidade do Evangelho.
Aprendamos com Ela a Obediência cega
a Deus!
2)
Fuga
para o Egito
Um
terrível massacre aos inocentes do Egito se inicia, e o grande Protetor da
Sagrada Família assegura a integridade de sua família. As circunstâncias da fuga
evidenciam a atitude daqueles que agem unicamente por Deus, na reta intenção de
agradá-lo.
Ela
foge do mal, devemos fazer o mesmo em meio às ocasiões de pecado, nas maiores
provações pode haver alegria quando se sofre por amor a Deus. Aprendamos com
Ela a não medirmos esforços para executar bem aquilo que o Senhor nos pede, clamando
pela Sabedoria divina para agirmos
com discernimento!
3)
Perda
de Jesus no Templo
Imensa
foi a aflição de Maria e José na procura por Jesus, essa atitude nos ensina a
buscá-lo sem descanso, especialmente quando “o perdermos” pelo pecado. Essa
deveria ser nossa única aflição. Aprendamos com Ela a sofrer pela vontade de
Deus, muitos pais retém o chamamento dos filhos para uma vida plena em Cristo,
na ilusão de que seus filhos são de sua propriedade, porém o amor natural não
pode superar a vontade de Deus. Imitemos a Mortificação
universal da Virgem de Nazaré para que o nosso desejo para entrar em conformidade
com a divina vontade!
4)
Encontro
com Jesus carregando a Cruz
Podemos afirmar
que Nossa Senhora se alegrava com os milagres de Jesus, mas não esquecera um só
dia das palavras de Simeão. Aquele que durante trinta anos permaneceu sob seus
cuidados, lançava-se agora no mundo propagando a Boa Nova, estando sujeito ao
julgamento e perseguição do mundo. Quão grande foi a dor desta Mãe ao saber da traição
de Judas, ao contemplar a agonia do Filho no horto das Oliveiras, a tríplice negação
de Pedro, a escuta do apelo a Crucificação...
Quando seus olhares se cruzam no
momento em que o Redentor caminha para o Calvário, não existem murmurações.
Mais uma vez a Mãe das Dores nos ensina a sofrer bem, unindo os nossos
sofrimentos aos de Cristo, de outra forma a tristeza invade a nossa alma, e
rapidamente ficaremos absortos pelo grande mal da depressão. Para que a cura
aconteça é necessária uma vida de Contínua
oração!
5)
Morte
de Jesus
A Mãe de Deus participa da agonia de
Jesus de uma maneira indescritível, toda a dor suportada por Cristo na carne,
assim dizem os Santos, Ela sofreu no coração. Meditando nas dores de Nossa
Senhora cada um encontra alívio para as suas dores! O Senhor Jesus sofreu mais
do que qualquer ser humano pela perfeição de sua natureza, e a sua Mãe
permanecia de pé suportando toda aquela dor, apenas pela fé.
Essa dor também nos recorda da
necessidade de carregar a Cruz, ninguém se santifica sem o sofrimento.
Aprendemos com Ela a Fé viva para
crermos que após carregarmos a Cruz herdaremos a felicidade eterna!
6)
Jesus
é descido da Cruz
A morte de Jesus é o ponto
culminante da Redenção, Ele assume incondicionalmente os sofrimentos a cada
momento. Notemos que o corpo fora entregue num estado deplorável a sua Mãe, que
tantas vezes cuidou do Senhor, só que desta vez cuidara do seu Filho morto, consumido
de amor à humanidade, com absoluto zelo.
Na Santa Missa o sacrifício de Jesus
se atualiza, aprendamos com Ela a termos o devido zelo, a adoração perfeita e a
reverência total ao Corpo de Cristo que nos é oferecido em cada comunhão.
Praticando a sua Profunda Humildade reconheçamos
a grandeza desse Deus que não cessa de se dar e amar aos seus filhos!
7)
Sepultamento
de Jesus
Jesus havia morrido de uma forma
brutal para manifestar o seu amor por nós, deveriam existir no coração daquela
Mãe um misto de sentimentos, tamanha e profunda dor, mas com certeza havia uma
esperança incondicional na promessa da Ressurreição.
É preciso esperar muitas vezes o
tempo de Deus se realizar em nossas vidas, para tanto olhamos mais uma vez para
a Bela Senhora e aprendemos a confiança absoluta na providência divina. Aquele
que mais se abandona nos braços do Pai, pode sentir o seu amor. Numa
atitude de entrega filial ao Pai, estejamos como a Menina de Nazaré, dispostos
a fazer sua vontade, e dizer um sim pleno a sua divina vontade.
O sentido de nossas vidas deve consistir na maior glória
de Deus, e somente Aquela que viveu só para esta causa pode nos ensinar a “fazermos
tudo aquilo que Ele nos disser” (cf. Jo 2, 5). Eis o segredo de santidade... Imitar as virtudes de Nossa Senhora, a verdadeira discípula-missionária de Cristo!
Referências:
MONTFORT,
São Luís Maria Grignion de. Tratado da
Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria. Anápolis: Serviço de Animação
Eucarística Mariana, 2002.
AQUINO,
Felipe Rinaldo Queiroz de, 1949 – O Socorro
da Virgem Maria e as suas sete dores/ Felipe Rinaldo Queiroz de Aquino - 1ª
Ed. Lorena: Cléofas, 2010.
Mônica Mariana
Missionária DMD, graduanda do curso de Teologia.
Para citar esse artigo:
Mônica Mariana - "Nossa Senhora e a Paixão de Cristo"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com.br/2012/03/nossa-senhora-e-paixao-de-cristo.html
Online, 30/03/2012
Para citar esse artigo:
Mônica Mariana - "Nossa Senhora e a Paixão de Cristo"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com.br/2012/03/nossa-senhora-e-paixao-de-cristo.html
Online, 30/03/2012