quinta-feira, 17 de março de 2011

São José, Esposo de Maria Santíssima

“Enquanto oravam todos, ouviu-se, do fundo do propiciatório, uma voz que dizia ser a vontade de Deus fosse Maria dada por esposa entre todos os descendentes de Davi, aptos para o matrimônio, àquele em cujas mãos florescesse o ramo seco, segundo a profecia de Isaías: “Do tronco de Jessé sairá um ramo seco e da sua raiz brotará uma flor” (11,1). (...) Todos desejavam Maria por esposa; somente São José, humilde e recolhido, achava-se confuso, julgando-se indigno de tamanho bem. Enquanto oravam todos e os Sacerdotes ofereciam a Deus o sacrifício, eis que o ramo de José depositado com os outros sobre o altar, produz uma flor que se abre pouco depois num alvíssimo lírio, dando-lhe assim a preferência sobre todos os outros pretendentes...”
Salve, ó Glorioso São José, Esposo Castíssimo da Virgem, Mãe de Deus! Eis que a Santa Igreja celebra no próximo sábado a solenidade de “São José, Esposo de Maria”.
Supracitado encontra-se um trecho do livro “O glorioso São José”, do professor Felipe Aquino, no qual estão narrados retalhos do “Proto-Evangelho de Tiago”, Apócrifo que conta a saga da união perfeita de São José com a Virgem Maria.
A Igreja nos convida a contemplar a santidade de São José enquanto chefe da Sagrada Família, enquanto servo e escravo das promessas divinas. Ele é escolhido para cuidar dos dois maiores tesouros de Deus, da Igreja e nossos: Jesus e sua Santíssima Mãe, a Virgem Maria. Sendo assim, nos é propício meditar um pouco nas virtudes admiráveis que este Santo possui, as quais lhe permitiram honrar perfeitamente a missão outrora em sonho lhe confiada.
A princípio, nos é necessário perceber que São José viveu unicamente para Jesus, todo para Ele, para o serviço da adorável Pessoa do Filho de Deus. O Verbo o preparara para si e unicamente para si. Aos demais santos, Deus lhes dava a graça para os outros ou para si mesmos, praticavam as virtudes para a vivência da própria ascese, para a aquisição da própria santidade ou para levarem outros a salvação pelo seu exemplo. Contudo, as virtudes de São José não lhe servem de coroa, pois ele as revestia com uma túnica para assim servir ao Verbo Divino, não as praticava por interesse, nem para ser perfeito. (São Pedro Julião Eymard, 1949)
É aqui que podemos contemplar três de suas maiores virtudes ou graças: sua dignidade, sua riqueza e sua nobreza. Quanto à primeira, comecemos por saber que a glória de Deus é indivisa, mas este Adorável Mestre a quis partilhar com o humilde José. Todo o céu se admira de ver São José ser chamado de pai, dar ordens e abençoar ao Verbo que todos devem adorar, e, ainda, estar unido tão estreitamente Àquela a quem este Verbo chama de Mãe; e tudo por consentimento divino.
Meditar na riqueza de São José nos pasma e emociona de forma singular. Ora, ele foi o mais rico de todos os santos. Deus o escolheu para representá-Lo aqui na terra, deu-lhe tudo quanto podia, tudo quanto exigia sua honra de ser pai, para que pudesse ser dignamente representado. São José recebeu todos os dons e todas as graças de forma excelsa, apenas não mais do que a Mãe de Deus. Sua inteligência e seu coração foram esclarecidos de forma especial para uma perfeita compreensão dos mistérios divinos.
São José foi encarregado da educação do Príncipe real – eis a sua nobreza. Nas veias de São José corre sangue real, da estirpe de David, de Salomão, e de todos os nobres reis de Judá. Nos registros do recenseamento em Belém, ele está inscrito e reconhecido como legítimo herdeiro de David. E, ainda assim, é certo que a nobreza vem de Deus, da dignidade da missão por Ele a nós confiada. Desta forma, maior ainda é a nobreza desse Santo: o cavalheiro do mais nobre Príncipe e o Protetor da mais augusta Rainha do universo.
Após contemplar as maravilhas de graça realizadas pelo Senhor na vida de São José, podemos compreender seus atos heróicos de obediência, humildade, fé e silêncio, ao acolher com diligência as palavras do anjo; de renúncia, paciência e pobreza, diante das tribulações e provas às quais foi submetido antes e após o nascimento de Cristo; de castidade, pureza, prudência e justiça, tanto no ofício paterno como no de castíssimo esposo da Virgem, em sua união santa, virginal e, contudo, consumada e legal diante da Igreja e dos homens.
Finalmente, não há como nos reportarmos a este glorioso Patriarca da Igreja, o patrocinador da Sagrada Família, o homem que alimentou Aquele que por nós se fez Alimento, sem desejarmos exaltá-lo e honrá-lo, sobretudo neste mês de março, a ele dedicado. Meditamos nas suas grandezas, mas nos recordamos que tudo isso é fruto da liberalidade e benevolência do Bom Deus, que exalta os humildes, que preparou, desde toda a eternidade, o Justo José e a Sempre Virgem Maria para tutores do Menino Deus, adoradores perpétuos e benditos, dignos de nossa estima, imitação, gratidão e amor.
No dia 1º de maio estaremos de volta contemplando São José como modelo dos operários, dos trabalhadores e de todos os servos de Deus. Vamos juntos, na companhia dele, viver bem nossa quaresma, na adoração, na oração e no silêncio, tomando-o como modelo, para ressuscitarmos juntos com o Cristo Glorioso.

São José, modelo dos adoradores, valei-nos!







Racquel de Maria é membro nível 2 de aliança.






Para citar esse texto:
Racquel de Maria - "São José, Esposo de Maria Santíssima"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus 

http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/03/sao-jose-esposo-de-maria-santissima.html
Online, 17/03/2011 às 10:00h

2 comentários:

  1. Belo texto sobre São José. Parabéns. Humberto F. Oriá Filho - Grupo São Vicente (www.gsvce.org) e organizador do livro Manual de São José.

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  2. Olá, assisti hoje ao programa "Consagra-te", transmitido pela TV Potiguar, e gostei muito dos comentários realizados a respeito da vida de São José. Curioso em conhecer mais, acessei este site e tive o privilégio de me deparar com este texto muito bem escrito e repleto de amor. Que São José abençoe a todos nós com sua coragem, força, prudência e honra para todo o sempre.

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