quarta-feira, 23 de março de 2011

Encarnação do Verbo Divino: A maior expressão do amor de Deus


“Ela já não existe: é Jesus que é tudo n’Ela. Seria mais fácil separar do Sol a sua luz, que Maria de Jesus. Pelo que se pode chamar a Nosso Senhor, Jesus de Maria, e a Santíssima Virgem, Maria de Jesus”. (TVD art.247)

            A vinda do filho de Deus foi o maior acontecimento na história da salvação, a Santíssima Trindade em seu prodigioso excesso de amor decidiu fazer-se homem para restaurar a humanidade decaída, todas as preparações foram realizadas para este fim da parte do Altíssimo e o povo de Deus ansiava por esta vinda, os patriarcas suplicavam pela vinda do Messias (cf. Is 45,8), porém os gritos, súplicas e sacrifícios não tiveram força suficiente para atrair do seio do Pai a Sabedoria Eterna.
Só Maria Santíssima obteve essa graça, em apenas quatorze anos de vida pelo seu crescimento admirável na graça, sabedoria e fidelidade, provocou admiração não só aos anjos, mas até ao próprio Deus, “suas virtudes particularmente a humildade provocaram n’Ele uma doce violência”. (ASE art.107). A Santíssima Maria foi à habitação querida e predestinada por Deus, quando chegou à hora de realizar a Redenção, a Sabedoria Divina construiu para si uma habitação singular “criou e formou a Divina Maria no seio de Santana”. (ASE art.105)
            O Verbo fez-se carne por nós homens e para a nossa Salvação, para nos reconciliar com Deus que por seu amor enviou-nos o seu Filho como vítima de expiação dos nossos pecados (cf. 1 Jo 4,10), fazendo-nos assim participantes do seu amor e, por conseguinte para que vivêssemos por Ele (cf.1 Jo 4,9), nosso modelo mais perfeito de santidade, o autor da nova lei do amor fraterno (cf. Jo 15,12).
“A Igreja denomina <<Encarnação>> o fato de o filho de Deus ter assumido uma
natureza humana para realizar nela a salvação”. (CIC art. 461)
            O acontecimento da Encarnação do Filho de Deus foi único, Ele fez-se homem sem, contudo sem perder a divindade, existiram em seu ser as duas naturezas, as quais não se chocavam. Pela encarnação a natureza humana “foi assumida, não aniquilada” (GS 22,2 apud CIC art. 470), por sua vez a natureza humana de Jesus pertence à pessoa divina do Filho de Deus. Ele comunica à sua humanidade seu próprio modo de existir pessoal na Trindade, tanto em sua alma quanto no corpo “Cristo exprime humanamente os modos divinos do agir da Trindade”. (cf. Jo 14, 9-10 apud Catecismo da Igreja Católica art. 470).
            Na vida dos consagrados a Jesus em Maria Santíssima este mistério deve ocupar uma posição privilegiada, tendo em vista ser ele o cerne desta devoção. Ao celebrarmos o mistério da Encarnação do Verbo honramos e imitamos a dependência que Jesus, sendo Deus quis ter a Maria Santíssima, “Jesus habitando e reinando em Maria” (TVD art. 246), “todo em Maria e Maria n’Ele” (TVD art. 247). Este é o primeiro dos mistérios de Cristo o mais oculto e elevado, porém o menos conhecido, através dele o Senhor operou todos os outros grandes mistérios. Fez da sua Mãe Santíssima o “Trono da sua misericórdia, da sua liberalidade e por fim de sua glória a fim de reparar a glória que o pecado havia lhe roubado” (TVD art. 244).
            Maria Santíssima quer nestes últimos tempos estabelecer o seu reinado em nossos corações, desfigurando-nos em suas virtudes, para que plenamente abracemos ao Cristo, ao seu Evangelho e trilhemos a via das bem-aventuranças.
            Sejamos todos de Maria Santíssima, nos consagremos inteiramente ao seu patrocínio, para que melhor sirvamos, amemos e adoremos ao Senhor supremo de nossas vidas, o doce Jesus!
           
Propósito dessa semana:
- Imitar a dependência de Jesus em Maria Santíssima;
- Publicar seus louvores, defender os seus privilégios, fazê-la conhecida e amada;
- Honrar Maria Santíssima na solenidade da Anunciação e Encarnação do Verbo, e ser eco da sua disponibilidade para com as coisas do Alto.

Referências:
IGREJA CATÓLICA. Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2000.
MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria. Anápolis: Serviço de Animação Eucarística Mariana, 2002.
MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. O amor da Sabedoria Eterna. João Molenvade, MG: Missionários Montfortinos, 1998.

Para citar esse texto:
Mônica Mariana - "Encarnação do Verbo Divino: A maior expressão do amor de Deus"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus 
http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/03/encarnacao-do-verbo-divino-maior.html
Online, 23/03/2011 às 19:52h













Mônica Mariana
Missionária DMD, graduanda do curso de Teologia.

quinta-feira, 17 de março de 2011

São José, Esposo de Maria Santíssima

“Enquanto oravam todos, ouviu-se, do fundo do propiciatório, uma voz que dizia ser a vontade de Deus fosse Maria dada por esposa entre todos os descendentes de Davi, aptos para o matrimônio, àquele em cujas mãos florescesse o ramo seco, segundo a profecia de Isaías: “Do tronco de Jessé sairá um ramo seco e da sua raiz brotará uma flor” (11,1). (...) Todos desejavam Maria por esposa; somente São José, humilde e recolhido, achava-se confuso, julgando-se indigno de tamanho bem. Enquanto oravam todos e os Sacerdotes ofereciam a Deus o sacrifício, eis que o ramo de José depositado com os outros sobre o altar, produz uma flor que se abre pouco depois num alvíssimo lírio, dando-lhe assim a preferência sobre todos os outros pretendentes...”
Salve, ó Glorioso São José, Esposo Castíssimo da Virgem, Mãe de Deus! Eis que a Santa Igreja celebra no próximo sábado a solenidade de “São José, Esposo de Maria”.
Supracitado encontra-se um trecho do livro “O glorioso São José”, do professor Felipe Aquino, no qual estão narrados retalhos do “Proto-Evangelho de Tiago”, Apócrifo que conta a saga da união perfeita de São José com a Virgem Maria.
A Igreja nos convida a contemplar a santidade de São José enquanto chefe da Sagrada Família, enquanto servo e escravo das promessas divinas. Ele é escolhido para cuidar dos dois maiores tesouros de Deus, da Igreja e nossos: Jesus e sua Santíssima Mãe, a Virgem Maria. Sendo assim, nos é propício meditar um pouco nas virtudes admiráveis que este Santo possui, as quais lhe permitiram honrar perfeitamente a missão outrora em sonho lhe confiada.
A princípio, nos é necessário perceber que São José viveu unicamente para Jesus, todo para Ele, para o serviço da adorável Pessoa do Filho de Deus. O Verbo o preparara para si e unicamente para si. Aos demais santos, Deus lhes dava a graça para os outros ou para si mesmos, praticavam as virtudes para a vivência da própria ascese, para a aquisição da própria santidade ou para levarem outros a salvação pelo seu exemplo. Contudo, as virtudes de São José não lhe servem de coroa, pois ele as revestia com uma túnica para assim servir ao Verbo Divino, não as praticava por interesse, nem para ser perfeito. (São Pedro Julião Eymard, 1949)
É aqui que podemos contemplar três de suas maiores virtudes ou graças: sua dignidade, sua riqueza e sua nobreza. Quanto à primeira, comecemos por saber que a glória de Deus é indivisa, mas este Adorável Mestre a quis partilhar com o humilde José. Todo o céu se admira de ver São José ser chamado de pai, dar ordens e abençoar ao Verbo que todos devem adorar, e, ainda, estar unido tão estreitamente Àquela a quem este Verbo chama de Mãe; e tudo por consentimento divino.
Meditar na riqueza de São José nos pasma e emociona de forma singular. Ora, ele foi o mais rico de todos os santos. Deus o escolheu para representá-Lo aqui na terra, deu-lhe tudo quanto podia, tudo quanto exigia sua honra de ser pai, para que pudesse ser dignamente representado. São José recebeu todos os dons e todas as graças de forma excelsa, apenas não mais do que a Mãe de Deus. Sua inteligência e seu coração foram esclarecidos de forma especial para uma perfeita compreensão dos mistérios divinos.
São José foi encarregado da educação do Príncipe real – eis a sua nobreza. Nas veias de São José corre sangue real, da estirpe de David, de Salomão, e de todos os nobres reis de Judá. Nos registros do recenseamento em Belém, ele está inscrito e reconhecido como legítimo herdeiro de David. E, ainda assim, é certo que a nobreza vem de Deus, da dignidade da missão por Ele a nós confiada. Desta forma, maior ainda é a nobreza desse Santo: o cavalheiro do mais nobre Príncipe e o Protetor da mais augusta Rainha do universo.
Após contemplar as maravilhas de graça realizadas pelo Senhor na vida de São José, podemos compreender seus atos heróicos de obediência, humildade, fé e silêncio, ao acolher com diligência as palavras do anjo; de renúncia, paciência e pobreza, diante das tribulações e provas às quais foi submetido antes e após o nascimento de Cristo; de castidade, pureza, prudência e justiça, tanto no ofício paterno como no de castíssimo esposo da Virgem, em sua união santa, virginal e, contudo, consumada e legal diante da Igreja e dos homens.
Finalmente, não há como nos reportarmos a este glorioso Patriarca da Igreja, o patrocinador da Sagrada Família, o homem que alimentou Aquele que por nós se fez Alimento, sem desejarmos exaltá-lo e honrá-lo, sobretudo neste mês de março, a ele dedicado. Meditamos nas suas grandezas, mas nos recordamos que tudo isso é fruto da liberalidade e benevolência do Bom Deus, que exalta os humildes, que preparou, desde toda a eternidade, o Justo José e a Sempre Virgem Maria para tutores do Menino Deus, adoradores perpétuos e benditos, dignos de nossa estima, imitação, gratidão e amor.
No dia 1º de maio estaremos de volta contemplando São José como modelo dos operários, dos trabalhadores e de todos os servos de Deus. Vamos juntos, na companhia dele, viver bem nossa quaresma, na adoração, na oração e no silêncio, tomando-o como modelo, para ressuscitarmos juntos com o Cristo Glorioso.

São José, modelo dos adoradores, valei-nos!







Racquel de Maria é membro nível 2 de aliança.






Para citar esse texto:
Racquel de Maria - "São José, Esposo de Maria Santíssima"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus 

http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/03/sao-jose-esposo-de-maria-santissima.html
Online, 17/03/2011 às 10:00h

segunda-feira, 14 de março de 2011

O Sim de Maria Santíssima

Adaptação: Mônica Mariana
           
            A Virgem Maria foi inserida desde toda a eternidade nos planos de Deus, sua sublime missão foi anunciada de modo implícito no ato de pecado contra o Criador por parte de Adão e Eva, “porei inimizade entre ti e a Mulher e toda a tua descendência.” (cf. Gn 3,15). Foi prefigurada nas figuras das santas mulheres Judite e Rute como intercessora e focalizada na visão profética do anúncio do concebimento virginal do filho de Deus (cf. Is 7,14). Os profetas anunciaram, o povo de Deus esperava e Deus servir-se Dela no seu plano salvífico.
“Esta união de Maria com o seu Filho na obra da salvação manifestou-se desde a hora da concepção virginal de Cristo até sua morte.” (CIC 964)
            O seu sim foi o grande ato de permissão na obra da Redenção para que a Sabedoria Encarnada se tornasse humano. Por este ato heróico e divino, se visto aos olhos humanos poderia comprometer a sua reputação e vida, mas nesta caminhada viveu as dores, os sofrimentos, e as alegrias pela causa de Deus, e em conseqüência disto fora enriquecida com privilégios únicos, jamais concedidos a nenhuma outra criatura. A menina de Nazaré em tudo se fez obediente e fiel a Palavra do Senhor, pelo amor incondicional que é uma constante em seu coração, tornando-se assim a perfeita discípula de seu filho Jesus.
            O seu sim não se resumiu somente ao ato da Encarnação, mas a toda sua vida, cuidou, ensinou, zelou e intercedeu, sofreu, silenciou e aos pés da Cruz recolheu o cálice em suas mãos, com o sangue preciosissimo de Jesus, carne de sua carne, sangue do seu sangue. (cf. Jo 19, 25-27).
            O seu sim continua na Igreja militante em todos os momentos, todos os dias, na celebração da Santa Missa, no maior milagre que acontece aos nossos olhos da fé, a transubstanciação. E ela está presente também na Igreja nascente, suplicando para que nenhuma ovelha se perca fiel ao desígnio divino, e inimiga eterna do mal “a mulher coroada de doze estrelas... pisará a cabeça da serpente” (cf. Ap, 12)
            Maria Santíssima é o maior dom concedido a humanidade para se chegar a santidade, que o nosso sim a Deus possa ser moldado naquele que fora pronunciado pela Mãe de Deus,  para que seja verdadeiro e fiel, e que por intermédio Dela tornemo-nos Apóstolos dos Últimos Tempos e com Ela estejamos triunfantes em seu sim final que é preparar o Reino Glorioso de Jesus em sua segunda vinda, aniquilar por meio de suas virtudes a cruel e infernal serpente e fazer-nos participante do novo céu e nova terra.





Maria de Fátima Delgado é membro nível 3 de aliança, casada, e compõe o Conselho Geral da Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus.




Para citar esse texto:
Maria de Fátima Delgado - "O sim de Maria Santíssima"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus

http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/03/o-sim-de-maria-santissima.html
Online, 14/03/2011 às 14:55h

quinta-feira, 3 de março de 2011

Maria Santíssima: Modelo de Mãe e Educadora

Adaptação: Mônica Mariana

          Podem-se relacionar alguns adjetivos ao nome Mãe, por exemplo: Mãe é amor, doação, terna, sofredora, educadora, batalhadora, intercessora, incansável e etc. Bem sabemos que uma mulher para ser Mãe teve que viver todas as fases da vida, foi criança, adolescente, jovem, adulta e idosa, e que em todas as fases de sua vida trilhou uma história. Mãe é sempre mãe quer tenha gerado o filho biologicamente ou maternalmente no coração.
            Assim também foi a história de Nossa Senhora, Ela viveu todas estas fases de sua vida na graça e felicidade de Deus. Seus pais Joaquim e Ana moravam em Nazaré, na região da Galiléia, eram idosos e como não tinham filhos rezaram muito a fim de obter essa graça. Deus colocou sua benevolência sobre eles, e Ana engravidou. Com o coração agradecido eles prometeram ofertar aquela criança no templo.
            Aos três anos a Menina de Nazaré foi entregue no templo, conta-se que um fato marcou este momento. Ela tão pequenina que era, subiu as escadas sem ao menos olhar para trás, esta atitude revelava a grande determinação que a envolvia. Verdadeiramente Nossa Senhora nos ensinara a renúncia pela causa divina, que se sobrepõe as causas ordinárias.
            Aos doze anos a Virgem de Nazaré foi preparada para viver o matrimônio, com o homem que o Senhor em vista da alta função que Ela assumiria escolheu, este homem era José, varão da descendência de Davi. Neste mesmo período a Jovem Radiante recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe trouxe a solicitação divina, da maternidade do Filho de Deus. Após o seu assentimento a este apelo divino, Deus tudo providenciou para que o seu Filho viesse ao mundo, e em sonho comunicou a José toda a obra que o seu Espírito Santo havia realizado em Maria.
            Que fé viva, coragem... Como acreditaram e renunciaram... Passaram a ter uma cumplicidade inabalável, o respeito e a obediência para com as Sagradas Escrituras e aos desígnios que lhes foram confiados.
            Nossa Senhora fora sempre uma mãe repleta de virtudes, cuidou, zelou, ensinou, intercedeu, sofreu silenciosa aos pés da cruz, pegou no cálice da salvação em suas mãos o sangue preciosíssimo de Jesus, carne de sua carne, sangue do seu sangue. Em tudo se fez Mãe do seu Filho, pois a maternidade espiritual ou corporal tem como propósito final gerar ou criar os filhos para Deus. E esta perfeita Mãe não fizera isto em todo o tempo?
            Maria mãe, mãe nossa, mãe de Deus, mãe da Igreja nascente, mãe da Igreja militante e de todos os povos... Aquela que em tudo soube renunciar às suas vontades para abraçar a vontade de Deus.
            E nós pais e mães o que devemos renunciar em prol do plano de Deus nas nossas famílias, nas nossas vidas, nas vocações dos nossos filhos? Abençoando-os como na Sagrada Família de Nazaré.




Maria de Fátima Delgado é membro nível 3 de aliança, casada, e compõe o Conselho Geral da Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus.





Para citar esse texto:
Maria de Fátima Delgado - "Maria Santíssima: Modelo de Mãe e Educadora"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus 

http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/03/maria-santissima-modelo-de-mae-e.html
Online, 03/03/2011 às 15:03h

quarta-feira, 2 de março de 2011

Via de santidade: Viver com Maria, por Maria, em Maria e para Maria.

            A vivência com Maria Santíssima consiste em reconhecer o seu papel no mistério de Cristo, que é levá-lo aos homens. O que significa dizer que a Devoção a Nossa Senhora prima por inserir os homens nos mistérios de Cristo, uma vez que a Grande Mãe de Deus é aquela que participa de um modo sublime da graça do Pai Celeste. É errôneo todo e qualquer tipo de pensamento que contemple esta excelsa criatura divina com outra função.
            A santidade é a vocação primeira do homem, em virtude da inserção do pecado original no contexto dos nossos primeiros pais, os homens passaram a viver sob a condição do livre arbítrio para com o Criador. E esta realidade os distanciou da amizade e felicidade criadora, a qual eles foram criados para usufruir. Jesus em sua infinita misericórdia concede-nos a sua Mãe Santíssima como uma verdadeira âncora que nos firma em seus caminhos, exaltando assim a sua materna função “Conduzir os homens a Ele...”.
            A experiência de São Luís Maria Grignion de Montfort foi de suma importância para que o conhecimento a respeito da Santíssima Virgem Maria fosse possível, ele compreendeu o seu papel e sua excelência, e apresentou-os na forma de um livro chamado “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria”. Sobretudo a respeito da santidade que cada um é chamado a viver, em síntese ele classificou que para abraçá-la é necessário viver por Maria, com Maria, em Maria e para Maria, para melhor viver por Cristo, com Cristo, em Cristo e para Cristo. (cf. TVD 257)
As práticas interiores e exteriores são meios eficazes de fomentar e esclarecer a Devoção a Virgem, e se vividas com fidelidade produzem frutos incontáveis na vida daqueles que o Espírito Santo suscita a uma perfeição especial. (cf. TVD 257)
            Viver por Maria Santíssima consiste em obedecê-la em todas as coisas e deixar-se ser conduzido pelo seu espírito, que é o de Deus. Uma alma governada por esta Augusta Rainha é sempre feliz, pois seu espírito é suave e forte, zeloso e prudente, humilde e corajoso, puro e fecundo. Para que a Virgem se aproprie de nosso ser é necessário Renunciar ao nosso próprio espírito, do contrário nossas vontades seriam obstáculos ao santo espírito de Maria, Entregar-se ao seu espírito e deixar-se ser movido por ele e Renovar o ato de oferecimento a Ela, pois quanto mais o repetir mais rapidamente a alma se santificará e se unirá a Cristo. (cf. TVD 258)
            Viver com Maria Santíssima é tomá-la como Modelo em todas as coisas que iremos fazer, devemos pensar qual seria o modo que Ela agiria em determinada situação, pôr Nela os olhos e contemplar as suas virtudes, de modo que este ato não seja apenas exterior, mas que a alma busque verdadeiramente a imitação da virtude. Nossa Senhora é verdadeiramente um Modelo formado pelo Espírito Santo, para nós o imitarmos na medida em que nossas limitadas forças permitirem. A Virgem Santa recebeu de Deus o encargo de reconstruir a imagem de Deus nas almas, que fora deturpada pelo pecado original. Mas devemos ter sempre em mente que só é possível fundir o que está líquido, para abraçar esta via de santidade tão perfeita o velho Adão deve dar lugar ao Homem novo, transubstanciado em Maria. (cf. TVD 260)
            Viver em Maria Santíssima é estar inteiramente sob seu domínio para mais conforme a Cristo estar, de modo que vivamos a experiência de nos arraigar a Ela em todos os momentos de nossas vidas. A Virgem é aclamada sob o título de “Árvore da Vida” por ter produzido por obra do Espírito Santo o fruto da vida eterna, o próprio Cristo. Imaginemos quão abundantes frutos darão aqueles que se confiarem a Maria Santíssima, mas para habitar nesta Terra Imaculada é necessário pedir ao Espírito Santo a graça particular de permanecer no interior da Mãe de Deus, para que o Cristo seja formado em nossas almas e nós Nele. (cf. TVD 261)
            Viver para Maria Santíssima é ratificar o ato de oferecimento a Ela, proclamar os seus louvores, defender seus privilégios e anunciar a santa dependência que temos para com Ela nos entregando ao seu serviço, como escravos de amor, tendo como objetivo a maior glória de Deus por esta entrega. Maria Santíssima é o fim próximo, o meio misterioso e fácil de ir ter com Jesus, a recompensa de todo este mísero serviço é a de pertencer a Jesus por Maria. (cf. TVD 265)

           Trilhemos, pois a via da santidade inaugurada pelo próprio Cristo, que é a Virgem Maria, despindo-se da criatura velha, para Nela ser formado o homem novo!

Propósitos desta semana:
- Imitar a virtude da Paciência Heróica (em meio às adversidades e procurar agir como Maria Santíssima agiria);
- Defender os privilégios da Imaculada, sem nunca faltar a Caridade Ardente;
- Pedir o seu auxílio para bem viver a Quaresma, tempo propício para nutrir-se em Maria na busca pela santidade.

Para aprofundar-se sobre o tema Consagração a Jesus por Maria Santíssima, acesse: Consagração

Referências:
MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria. Anápolis: Serviço de Animação Eucarística Mariana, 2002.


Para citar este texto:
Mônica Mariana - "Via de santidade: Viver com Maria, por Maria, em Maria e para Maria"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus 

http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/03/via-de-santidade-viver-com-maria-por.html
Online, 02/03/2011 





Mônica Mariana
Missionária DMD, graduanda do curso de Teologia.