quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Maria, Mãe da Igreja

por Mônica Mariana 
    
       A Virgem Maria que na Igreja “ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós”.  (VI PAULO, 1963 apud Lumen Gentium, 2009, 21ª ed, p. 119) é verdadeiramente mãe de todos os membros da Igreja. São Luís Maria Grignion de Montfort no Tratado da Verdadeira Devoção, cap. 1, art. 30 nos diz que: “Nenhum membro do corpo místico de Cristo pode ter outra mãe senão Maria Santíssima, visto ser Ela a mãe da Cabeça da Igreja, Cristo”. Entende-se por uma questão lógica que na ordem da graça a cabeça e os membros são gerados por uma só mãe.
            A sua candura e intercessão de Mãe em todos os tempos socorre os homens em meio as suas necessidades, a devoção popular do povo de Deus reza que “nunca se ouviu dizer que aqueles que tenham recorrido a sua proteção tenham sido desamparados”. Como uma Boa Mãe conduz, orienta e zela pela Igreja de seu Filho, particularmente na santificação de seus membros, os quais voltando os olhos para a Senhora das Graças devem empenhar-se em imitá-la a fim de agradá-lo.
            Os apóstolos foram os primeiros a compreender a mister maternidade espiritual de Maria para com a Igreja. Depois da ascensão de Cristo buscavam refúgio, consolo e orientação na Mãe da Esperança, contemplavam Nela a figura do perfeito discípulo de Cristo, o qual movido unicamente pela fé despoja-se de seus interesses e direciona toda a sua vida ao querer divino.
            A sua dignidade de ser a Mãe de Deus a fez participante do mistério central de Cristo, na cruz Ele nos deu por herança a sua Santa Mãe, lhes concedendo a missão de nos elevar a Ele. Em Maria Santíssima a Igreja recebe uma feição materna, Ela fora a escolhida para gerar o Filho de Deus, enquanto a Igreja imitando a sua maternidade gera-O nas almas.
            Os cristãos movidos de uma terna e filial confiança na Mãe da Igreja devem dirigir-se a esta boa Mãe e suplicar-lhe a graça de “fazer tudo o que Ele nos disser”, buscando a exemplo Dela uma vida voltada para a sua maior glória e o firme propósito de servi-lo de todo o coração.
            Despojados de toda e qualquer presunção para com a figura materna de Maria que longe de obscurecer a grandeza de Cristo, exalta-a. Estejamos como os apóstolos “unidos a Ela na oração” (cf At 1,14), publicando os grandes feitos do Senhor e em intensa vigília pela nossa Santa Igreja!

Mãe da Igreja velai pelos teus filhos prediletos e conservai-nos sempre no amor de Cristo, amém!

Referências
CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Lumen Gentium: constituição dogmática sobre a Igreja. 21ª ed.  São Paulo: Paulinas, 2009.
CANTALAMESSA, Raniero. Maria, um espelho para a Igreja. Aparecida, São Paulo: Editora Santuário, 1992.
AQUINO, Felipe Rinaldo Queiroz de. A Virgem Maria - 58 catequeses do Papa sobre Nossa Sennhora/ Papa João Paulo II. Lorena: Cleofás, 2006. 6ª ed.
MONTFORT, São Luís Maria Grignion de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem. Anapólis: Serviço de Animação Eucaristica Mariana, 2002.








Mônica Mariana 
Missionária DMD, graduanda do curso de Teologia.





Para citar este texto:
Mônica Mariana - "Maria, Mãe da Igreja"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus 

http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/01/maria-mae-da-igreja_27.html
Online, 27/01/2011 às 23:56h

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A Virgem Maria no mistério de Cristo


          Deus quis realizar os seus maiores prodígios por meio de Maria Santíssima, desde a eternidade a escolheu para ser mãe de seu Filho, em vista de tal missão foi enriquecida de virtudes, graças e méritos que não podem ser medidos humanamente, pois o berço que o Salvador tomou carne é da autoria e posse do Altíssimo.
          A Virgem Maria recebe na Anunciação o verbo Divino no seu coração e em seu corpo por obra do Espírito Santo, seu corpo santo e imaculado não recebeu a corrupção do pecado em momento algum da gravidez do Salvador (cf. DOGMA IMACULADA CONCEIÇÃO). A graça de Deus na Senhora das Graças encontra por permissão divina uma fecundidade inextinguível, visto ser Ela o ser humano que mais se aproximou do divino e que de longe ultrapassa todas as criaturas. São Luís Maria Grignion de Montfort no Tratado da Verdadeira Devoção, cap. 1, art. 22 nos diz que: “Deus Pai não deu ao mundo o seu filho senão por Maria”.
           A graça do Pai irradiava a Cristo por meio da Virgem Maria, e Ele (Cristo) compreendendo a predileção do Pai para com a sua santa Mãe, dedica-lhe trinta anos de sua vida à sua escuta, observância e imitação. Não se quer dizer com isto que Jesus não possuía tal graça, do contrário Ele é Deus assim como o Pai é, e possui os dons, as graças e o poder na mesma proporção. A presença da Virgem Maria era tão preciosa aos olhos de Jesus, que Ele não hesitava em lhe devotar seu tempo, pois contemplava Nela à complacência do Pai e assim conserva-se até a eternidade, visto que "a graça aperfeiçoa a natureza e a glória aperfeiçoa a graça". (cf. TVD 27)
          Os evangelistas narram alguns poucos momentos da presença da Virgem Santíssima na vida pública de Jesus, mas estes curtos momentos atingiram o ápice do amor entre um filho e uma mãe, existia entre eles uma cumplicidade filial e um terno amor. O poder e a glória de Deus se derramavam sobre o místico Lar de Nazaré, e a obediência da Mãe e do Filho fazia brilhar a glória de Deus. A maternidade divina da Mãe do Verbo Encarnado foi o maior tesouro que Ela possuiu.           
          O próprio Cristo nos convida a uma intimidade com a sua Mãe Santíssima, é necessário aprender com Ela aquilo que lhe é agradável e conforme a vontade divina, para adentrar nos mistérios do seu Sagrado Coração e ser digno da pátria celeste. Aquele que se reveste do manto sagrado desta Boa Mãe e procura exalar o perfume de suas virtudes, certamente agradará a Jesus e terá a recompensa da vida eterna na Jerusalém Celeste.
           
Conhecer e imitar Nossa Senhora é desejar a santidade de forma plena!

Referências:
CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Lumen Gentium: constituição dogmática sobre a Igreja. 21ª ed. São Paulo: Paulinas, 2009. p. 117.
MONTFORT, São Luís Maria Grignion de Montfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 31ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.







Mônica Mariana 
Missionária DMD, graduanda do curso de Teologia.





Para citar este texto:
Mônica Mariana - "A Virgem Maria no mistério de Cristo"
Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus 

http://formacaodiscipulosdamaededeus.blogspot.com/2011/01/virgem-maria-no-misterio-de-cristo.html
Online, 12/01/2011 às 19:56h


DOGMA MARIANO IV: Assunção de Maria Sstma.

por Alexsandro de Maria

Último dos dogmas marianos discutidos e proclamados, o dogma da Assunção da Virgem Maria surgiu como uma forma de reconhecimento da recompensa que a Virgem Maria recebeu de Deus por toda a sua vida de humildade, sacrifício, dor e doação, com uma glorificação imediata da alma e do corpo, o qual foi transportado pelos anjos ao céu, para que não houvesse a corrupção do corpo. Somente Deus poderia remunerar com a devida glória os serviços prestados pela Mãe das Dores aos homens.
São Germano de Constantinopla, no século VII,  afirmava:  “Assim como um filho busca estar com a própria Mãe, e a Mãe anseia viver com o filho, assim foi justo também que Tu, que amavas com um coração materno a Teu Filho, Deus, voltasses a Ele.”. Assim, a Igreja, desde seus primórdios, reconhece a grandeza da Virgem Maria e o reconhecimento de Deus para que Este levasse aos céus as sua Mãe Fidelíssima. 
O Papa Pio XII, em 01 de novembro de 1950, na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, afirmou que, depois de terminar o curso terreno de sua vida, ela foi assunta de corpo e alma à glória celeste. Mais de 200 teólogos, em todas as partes da Igreja, demonstraram interesse e entusiasmo pela definição dogmática. A declaração se deu nos seguintes termos: “Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Assim, a Igreja, atendendo os anseios do povo de Deus reconheceu a grandeza da Mãe de Deus.     
Anos após a proclamação do dogma, o Catecismo da Igreja Católica diz, acerca da Assunção: “Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda a mancha do pecado original, terminado o curso da vida terrestre foi assunta de corpo e alma à glória celeste. E, para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho,  Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo. A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos”(CIC, 966). Assim, a Igreja confirma, por meio do Catecismo, que a Virgem Maria foi levada aos céus pelos anjos como forma de reconhecimento da parte de Deus de tão gloriosos méritos concedidos à Santíssima Virgem Maria e que não poderia a Mãe do Verbo Encarnado ter corrompido o seu corpo.
O Concílio do Vaticano II, por sua vez, explica que tendo a Virgem Mãe de Deus sido preservada do pecado original pelos méritos de seu Filho, não poderia permanecer como todos os homens até o julgamento final e ter seu corpo corrompido.”Para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos Senhores,  e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo”(Lumen Gentium, 59).É importante esclarecer duas situações. A primeira diz respeito à questão da morte ou da, segundo a idéia dos Católicos do Oriente, da dormição de Nossa Senhora, ou seja, se a Virgem Maria teria morrido ou dormido e levada pelos anjos. Quando da fixação do dogma, a Santa Igreja não emitiu nenhuma orientação acerca da morte ou dormição da Mãe do Redentor, não nos possibilitando, assim, de afirmar em qual situação se deu o fim da vida terrena de Nossa Senhora.  Outra questão se refere a diferença entre ascensão e assunção. Por ascensão se entende a subida de Jesus Cristo aos céus, para junto do Pai, por seus próprios méritos. Já a assunção é a subida da Virgem Maria aos céus levada pelos anjos, ou seja, a Virgem Maria não foi aos céus por méritos seus, mas por graça de Deus foi levada aos céus em corpo e alma pelos anjos de Deus.

Referências:
CATECISMO da Igreja Católica: Edição típica Vaticana. São Paulo: Loyola, 2000.
AQUINO, Felipe Rinaldo de Queiroz de. (org.). A Virgem Maria – 58 Catequeses do Papa sobre Nossa Senhora/ Papa João Paulo II. Lorena: Cléofas, 2006.
CARVALHO, César Augusto Saraiva de; CARVALHO, Mara Lúcia Figueirêdo Vieira de. Totus Tuus – Manual de Consagração a Jesus por Maria Santíssima (Método de São Luís Maria Grignion de Montfort)
Na escola de Maria 2 – Os Dogmas Marianos. Sociedade Mãe e Rainha. Santa Maria, 2009.






Alexsandro de Maria é membro aliança nível 3, casado e mora no Condomínio Mãe de Deus.